Anna e os pássaros.



             A tal da liberdade sempre tomou conta dela - E como eu sentia inveja disso. Anna era sinônimo de viver. Anna da vida. Anna dos sonhos. Anna de Anna.
             Ela, sempre tão liberta, tão vivida, tão sonhadora... Tão realizada! Nunca a vi baixar a cabeça por nada, nunca a vi desistir de alguma coisa, seja lá qual fosse. Tinha os cabelos negros casados com o vento - Anna também era do vento - com o sol e com a lua.
          Tinha poucos amigos, mas os que tinha eram leais. Eram fiéis. Ela, que amava sair por aí, no fim da tarde, sem rumo. Ela, que adorava animais, os pássaros eram seus favoritos. Anna e os pássaros - Pareciam uma mesma espécie, possuíam a mesma liberdade. Se acreditasse em reencarnação, diria que em outra vida Anna teria sido um pássaro. Um pássaro indomesticável, um pássaro que jamais alguém colocaria em uma gaiola.
           Certo dia, tentaram cortar suas asas, tentaram tomá-la a liberdade, tentaram tirar seu brilho. Tentativa vã. Anna logo mostrava que tinha nascido pra vida, pros sonhos. Pro sorriso.
           Tem tempos que não a vejo, deve estar por aí, voando. Qualquer dia desses ela volta, mas não por muito tempo. Anna é nômade, segue o vento, segue a vida, segue os sonhos. Segue os pássaros.
            Anna é um pássaro.





           

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